2. O período da Quaresma. Quaresma é, portanto, a palavra
utilizada para designar o período de quarenta dias no qual os católicos
realizam a preparação para a Páscoa, a mais importante festa do calendário
litúrgico cristão, que celebra a Ressurreição de Jesus, a base principal da fé
cristã. Neste período, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na
quarta-feira da Semana Santa, os fiéis são convidados a fazerem um confronto
especial entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Este
confronto deve levar o cristão a aprofundar sua compreensão da Palavra de Deus
e a intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé.
3. Quando surgiu a Quaresma. Por volta do ano 350 d. C., a
Igreja decidiu aumentar o tempo de preparação para a Páscoa, que era de três
dias, que permaneceram como o Tríduo Sagrado da Semana Santa: quinta feira
santa, sexta feira santa e sábado santo. A preparação para a Páscoa passou,
então, a ter quarenta dias. Isto aconteceu porque os cristãos perceberam que
três dias eram insuficientes para que se pudesse preparar adequadamente tão
importante e central evento. Surgia, assim, a Quaresma.
4. O numero 40. O número quarenta é bastante significativo
dentro das Sagradas Escrituras. O dilúvio teve a duração de quarenta dias e
quarenta noites e foi a preparação para uma nova humanidade, purificada pelas
águas. Durante quarenta anos o povo hebreu caminhou pelo deserto rumo à terra prometida,
tendo atravessado o mar vermelho. Antes de receber o perdão de Deus, os
habitantes da cidade de Nínive fizeram penitência por quarenta dias. O profeta
Elias caminhou quarenta dias e quarenta noites para chegar à montanha de Deus.
Preparando-se para cumprir sua missão entre os homens, Jesus jejuou durante
quarenta dias e quarenta noites. Moisés havia feito o mesmo. Os povos antigos
atribuíam ao número quarenta diversos significados. Um deles tem importância
especial para os cristãos: um tempo de intensa preparação a acontecimentos
marcantes na História da Salvação
5. Quaresma no Brasil. A partir da década de 70 a Igreja no Brasil colocou
na devoção dos fiéis, que tradicionalmente acompanham, com muita piedade, a
caminhada de Jesus para a Páscoa, um reforço à vivência do amor, da caridade
que liberta, visto que Jesus deu sua vida para nos salvar. Ao colocar a
Campanha da Fraternidade no período da Quaresma, ela quer que sua organização e
realização sejam uma mediação, muito prática, para a vivência da caridade;
desenvolver e aprofundar a fraternidade, segundo o mandamento do amor: “amar o
próximo como Jesus nos amou”. Cada ano um tema é tratado no espírito quaresmal
de conversão, através da meditação, da oração, do jejum, da esmola – no sentido
de caridade que liberta. Para facilitar a Igreja oferece um texto base no
esquema Ver, Julgar, Agir, e diversos subsídios de apoio, motivando e
estimulando os fiéis a levarem a meditação sobre Jesus perseguido e sofredor, e
as demais práticas da Quaresma, para atitudes concretas em favor do outro,
privilegiadamente os sofredores.
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