quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

MÁRTIRES DE UMA IGREJA QUE LUTA

                  O martírio, como testemunho da fé em Cristo, foi e é um companheiro constante ao longo da história do Cristianismo. Começou ainda nos primórdios da Igreja com o apedrejamento de santo Estevão pelos judeus, enfurecidos com sua profissão de fé na divindade de Cristo, uma blasfêmia para os fariseus (At 7,54-60). Alguns anos depois, o rei Herodes ordenou a morte de Tiago (At 12,1-5). A partir dessas mortes, todos os séculos tiveram seus mártires. Aqui queremos lembrar, rapidamente, alguns séculos que mais marcaram a história do martirológico cristão.
                  Na Inglaterra cristã do século 16, a rainha Elisabeth I ordenou a morte de alguns católicos, até altos dignitários do seu governo, como Thomas Morus (1535), porque não renunciaram à sua fé. Tão logo chegou o cristianismo no Japão, com as pregações de São Francisco Xavier (1550), começaram as perseguições dos shoguns (supremos comandantes militares de uma região), que eliminaram até a simples lembrança do cristianismo. Restaram apenas algumas aldeias cristianizadas, isoladas e perdidas no tempo e no espaço, redescobertas apenas no século 19.Nos séculos 9 e 10, toda aquela região foi varrida pelas invasões muçulmanas, que passaram ao fio da espada milhares de cristãos, cujo número jamais será conhecido. Ainda hoje, o governo desses países muçulmanos impede ou dificulta a presença cristã na área. Sucessivos califados também tentaram sufocar o cristianismo católico ou ortodoxo nos países do Oriente Médio, conquistados pelo Islã.
                    Entre 1600 e 1800, intensas perseguições se deram contra os cristãos na Coréia e nos reinos da península do atual Vietnã. Na China e na Indochina, entre 1800 e 1886, houve penosas perseguições, com centenas de mártires decapitados, crucificados e vítimas de outras torturas cruéis. Centenas de cristãos foram condenados a morrer em trabalhos forçados, nas minas. Relatos históricos atestam que, em três séculos, o Extremo Oriente deixou um rastro de sangue de mais de 130 mil cristãos.


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